Revisão Sistemática sobre Qualidade de Vida após Tratamento Quimioterápico para Câncer de Mama em Mulheres Brasileiras

Abstract

Introdução: O estudo objetivou investigar o impacto da quimioterapia na qualidade de vida (QV) de mulheres brasileiras com câncer de mama. Materiais e Métodos: Revisão sistemática da literatura. Foram identificados estudos potencialmente pertinentes ao tema nas bases de dados de referências bibliográficas informatizadas MEDLINE, Embase, Cochrane Library, Scopus, LILACS, CINAHL, PsycINFO, PEDro, Arca, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Bancos de Teses do Portal de Periódicos da CAPES e da UFRJ e nas listas de referências de todos os artigos selecionados e recuperados. Os estudos primários foram selecionados por meio da aplicação de critérios de inclusão pré-definidos, incluindo a mensuração da QV por meio de questionários padronizados e validados. Foram realizadas a extração, a análise e a síntese descritiva dos dados. Resultados: Foram identificados 299 estudos. Dentre os 53 estudos considerados potencialmente pertinentes ao tema, sete foram selecionados. Os estudos foram conduzidos entre 2008 e 2016. Cinco estudos (71,4%) foram realizados na Região Sudeste, um (14,3%) na Região Sul e um (14,3%) na Região Nordeste. O tamanho amostral variou de 10 a 206 mulheres incluídas. Todos os estudos avaliaram a QV relacionada à quimioterapia utilizando o questionário EORTC QLQ-C30. Adicionalmente três estudos também aplicaram o questionário EORTC QLQ-BR23. Não foi viável comparar diretamente ou agregar os resultados dos estudos em virtude da heterogeneidade relativa às características sociodemográficas, clínicas e patológicas das pacientes, aos tratamentos adotados e às medidas de tendência central e dispersão utilizadas. Mesmo assim foi possível observar que na maioria dos estudos as pacientes consideraram a QV satisfatória. Discussão: A metodologia empregada seguiu as recomendações de diretrizes consagradas para a condução e o relato de revisões sistemáticas da literatura. A inclusão de estudos primários que mensuraram a QV por meio de questionários padronizados e validados representa outro diferencial. No entanto, existem limitações metodológicas inerentes à aplicação de questionários para avaliação da QV que podem comprometer a confiabilidade e a validade dos resultados. Outra ressalva é a falta de representividade de todas as regiões geográficas do Brasil. Conclusões: O presente estudo sugere que a QV de mulheres brasileiras com câncer de mama submetidas à QT é satisfatória, porém aponta para a necessidade de elaboração de pesquisas futuras sobre o tema, metodologicamente rigorosas e representativas do contexto nacional.