Burnout e Estratégias de Coping utilizadas por residentes em oncologia

Abstract

A Síndrome de Burnout é considerada uma síndrome tridimensional que abrange a exaustão emocional, a realização pessoal no trabalho e a despersonalização. Os profissionais da área da saúde tendem a ter uma sobrecarga de estresse devido aos atravessamentos da categoria profissional, bem como a área de especialização, sendo a oncologia uma área de atuação com uma alta carga emocional e laboral. Em contrapartida, o coping tem sido descrito como o conjunto das estratégias utilizadas pelas pessoas para se adaptarem a circunstâncias adversas ou estressantes, onde são despendidos esforços pelos indivíduos para lidar com situações estressantes, crônicas ou agudas, e têm se constituído em objeto de estudo da psicologia social, clínica e da personalidade, encontrando-se fortemente atrelado ao estudo das diferenças individuais. Objetivo: analisar a incidência da síndrome de burnout e as estratégias de coping utilizadas pelos residentes do segundo ano de um programa de residência multiprofissional de um hospital público do Rio de Janeiro. Método: Foi realizado em um hospital público localizado no município do Rio de Janeiro e participaram da pesquisa 38 residentes de um programa de residência multiprofissional do município do Rio de Janeiro. Estudo com delineamento transversal quantitativo exploratório e descritivo. Utilizou-se com instrumentos para coleta dos dados um questionário para traçar o perfil sociodemográfico, laboral, hábitos de vida e condições de saúde dos residentes; os instrumentos de Maslach Burnout Inventory e Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus. Para o armazenamento do banco de dados foi utilizado a planilha eletrônica do Microsoft Office Excel® 365 e o software estatística R (versão 4.3.1) para análise estatística e visualização de dados. A coleta de dados orientou-se pela obediência aos princípios éticos da pesquisa com seres humanos. Resultados: A pesquisa foi conduzida com 38 participantes provenientes de 9 diferentes categorias profissionais. Os resultados obtidos não indicaram a presença de burnout entre os participantes; contudo, a amostra revelou um predomínio de altos níveis de exaustão emocional, baixos índices de despersonalização e níveis moderados de realização profissional. Em relação às estratégias de coping, a mais prevalente foi a aceitação de responsabilidade associada ao suporte social, enquanto a menos utilizada foi a estratégia de confronto. Conclusão: Com base nos dados obtidos, é fundamental a realização de estudos que explorem as fontes de estresse entre os profissionais em formação. Isso, por sua vez, pode levar à implementação de estratégias e intervenções que visem à redução dos níveis de estresse, promovendo um ambiente mais acolhedor, cuidadoso e humanizado. Além de fortalecer as estratégias de enfrentamento.