Importância da dermatoscopia no diagnóstico das lesões rosadas

Abstract

As lesões rosadas abrangem um amplo grupo de lesões que podem ser de origem inflamatória, infecciosa e tumorais benignas ou malignas. Seu diagnóstico é desafiador pois os critérios dermatoscópicos de neoplasias amelanóticas são mais sutis e menos específicas do que as lesões pigmentadas. Além da história e o exame clínico, a dermatoscopia é uma ferramenta valiosa que permite avaliar a morfologia, o arranjo vascular, critérios adicionais e o padrão dermatoscópico prevalente na lesão, o que leva a uma suspeita diagnóstica com maior acurácia e conduta apropriada para cada caso. Diante de uma pápula rosada, única e com histórico de crescimento, o diagnóstico de melanoma amelanótico deve ser sempre lembrado. Ele representa de 2-8% dos casos de melanoma, associado a pior prognóstico, maior risco de doença metastática no momento do diagnóstico e índice de mortalidade mais elevado em relação às lesões pigmentadas. Isso pode ser justificado pelo diagnóstico tardio, por ser confundido inicialmente com lesões infecciosas ou inflamatórias. Na dermatoscopia, características sugestivas de melanoma amelanótico são: padrão vascular puntiforme distribuído simetricamente por toda lesão, polimorfismo vascular, estruturas branco brilhantes, microulceração, resquício de pigmentação e áreas vermelho leitosas. Assim, na presença de critérios clínicos e dermatoscópicos suspeitos e pela possibilidade do melanoma amelanótico mimetizar algumas lesões benignas e malignas, é recomendável a realização de biópsia para confirmação diagnóstica antes de qualquer tratamento para lesões rosadas.