Variação de expressão dos receptores hormonais em câncer de mama e sua correlação clínica

Abstract

O câncer de mama é a neoplasia mais comum entre as mulheres no Brasil, com uma projeção de 73.610 novos casos para 2025. O tipo histológico mais frequente é o carcinoma de células epiteliais, com o subtipo ductal sendo o mais comum. O câncer de mama também é classificado com base na expressão de proteínas por imunohistoquímica. Tumores com pelo menos 1% de marcação dos receptores de estrogênio ou de progestrona são considerados receptores hormonais positivos, sendo que tumores com 1-10% de marcação de receptor de estrogênio são classificados como receptor de estrogênio low. Estudos recentes indicam que tumores receptores de estrogênio low apresentam características patológicas e prognósticas mais próximas aos tumores receptores de estrogênio negativos do que aos tumores com alta expressão de receptor de estrogênio. Além disso, tumores com receptores de estrogênio low apresentam menor resposta à terapia endócrina, o que levanta questões sobre a eficácia do tratamento hormonal nesses casos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi investigar as características clínicas e os desfechos de pacientes com câncer de mama receptor hormonal positivo, focando nas variações da expressão de receptor de estrogênio. Os resultados demonstraram que a expressão de receptor de estrogênio tem um impacto significativo nos desfechos clínicos, com tumores com alta expressão apresentando melhores taxas de sobrevida. Tumores com expressão <10% tendem a ter um prognóstico pior, mas ainda assim a terapia endócrina parece ser um componente importante do tratamento. Este estudo contribui para a compreensão da importância da variação na expressão de receptor de estrogênio no câncer de mama com receptor hormonal positivo, ressaltando a necessidade de estratégias terapêuticas personalizadas para melhorar os desfechos clínicos.