Funcionalidade e qualidade de vida de mulheres após 1 ano de cirurgia para o câncer de mama

Abstract

Introdução: O câncer de mama é a localização tumoral mais incidente entre as mulheres no Brasil. Com a evolução dos tratamentos oncológicos e a descoberta de novos fármacos, houve um aumento na sobrevida desses pacientes e consequentemente, mais mulheres convivem com sequelas do tratamento. A fisioterapia tem um importante papel na reabilitação, retorno às atividades de vida diária e participação social destas mulheres, identificando e possibilitando o retorno mais breve e com a melhor função possível. Objetivo: Avaliar a funcionalidade e qualidade de vida de mulheres em acompanhamento fisioterapêutico no ambulatório do HCIII/INCA, após 1 ano de cirurgia para tratamento do câncer de mama. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, de caráter transversal e abordagem quali-quantitativa, no qual foram incluídas 182 mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico para o câncer de mama no Hospital do Câncer III (INCA/HCIII). Os dados clínicos foram coletados dos prontuários físicos e eletrônicos e, aplicados questionários de qualidade de vida, funcionalidade do membro superior e fadiga, além de perguntas abertas. Resultados: A maior parte das participantes do presente estudo apresentava idade superior a 50 anos. Cerca de 70% das entrevistadas não estavam inseridas no mercado de trabalho. Houve um predomínio de 63,2% das voluntárias submetidas à mastectomia. Estas apresentaram pior imagem corporal e pior função do membro superior quando comparadas a mulheres que realizaram cirurgia conservadora. Conclusão: Mulheres submetidas a cirurgias conservadoras possuem uma melhor função do membro superior e melhor imagem corporal quando comparadas àquelas submetidas a cirurgias mais radicais. Mesmo após um ano do procedimento cirúrgico, as mulheres ainda relatam medo, insegurança, sentem-se limitadas em suas tarefas diárias, não se reinseriram plenamente no mercado de trabalho, possuem uma autopercepção ruim de seu corpo, uma interação social insatisfatória e uma relação conjugal difícil.

Introduction: Breast cancer is the most incident tumor site among women in Brazil. With the evolution of cancer treatments and the discovery of new drugs, there was an increase in the survival of these patients and consequently, more women coexist with sequels of the treatment. Physiotherapy has an important role in rehabilitation, return to daily living activities and social participation of these women, identifying and enabling the shortest possible return and with the best possible function. Objective: To evaluate the functionality and quality of life of women in physiotherapeutic follow-up at the HCIII / INCA clinic, after 1 year of surgery for breast cancer treatment. Methodology: This is an observational, cross-sectional and qualitative-quantitative study, in which 182 women were submitted to surgical treatment for breast cancer at Hospital do Câncer III (INCA / HCIII). Clinical data were collected from physical and electronic charts and, applied to quality of life questionnaires, upper limb functionality, and fatigue, as well as open-ended questions. Results: Most participants in the present study were older than 50 years. About 70% of the interviewees are not included in the labor market. There was a predominance of 63.2% of the volunteers submitted to mastectomy. These had worse body image and worse function of the upper limb when compared to women who underwent conservative surgery. Conclusion: Women submitted to conservative surgeries have a superior function of the upper limb and superior to the body image when compared to those submitted to more radical surgery. The same after a surgical year, as women still report fear, insecurity, feel limited to do, have not fully reinserted into the job market, self-appeal of body, a social interaction dissatisfaction and a difficult marital relationship.