Fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva: Perfil clínico de pacientes oncológicos críticos

Abstract

Introdução: Os efeitos deletérios do catabolismo muscular influenciam na sobrevida de pacientes oncológicos, sendo essencial atentar para o desenvolvimento da fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva (UTI) que apresenta uma incidência de 30% a 60%, aumentando as falhas no desmame de pacientes críticos. Métodos: Estudo de coorte prospectivo realizado no Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre setembro e novembro de 2015. Objetivando avaliar a força muscular periférica de pacientes oncológicos críticos após utilização de ventilação mecânica invasiva, descrevendo características clínicas, sociodemográficas, e incidência da fraqueza muscular adquirida na UTI por meio da escala Medical Research Council (MRC). Resultados: Foram admitidos 55 pacientes, dos quais sete apresentaram fraqueza muscular adquirida na UTI (12,8%) e foram incluídos no estudo. A média de idade foi de 50,29 (DP 22,49) anos, sendo 57,1% do sexo masculino com predominância da admissão clínica. A média de dias de ventilação mecânica até a extubação foi de 6,00 (DP 2,89), e o tempo total de internação foi de 13,86 (DP 9,03). A média de pontos do MRC após a extubação foi de 38,14 (DP 6,28), classificando os pacientes como portadores de fraqueza significativa, e na alta da UTI houve melhora no grau de força muscular periférica, com uma média de 49,29 (DP 7,54) pontos. Conclusão: O estudo demonstrou que a fraqueza muscular adquirida na UTI pode ser considerada um fator limitante e complicador para a reabilitação funcional de pacientes oncológicos críticos.