Itinerário terapêutico de pacientes pediátricos com tumores renais: desafios do acesso ao diagnóstico precoce identificados na avaliação inicial da equipe de saúde

Abstract

Introdução: São muitos os fatores que favorecem o crescimento da incidência de câncer, incluindo a elevação na expectativa de vida, a industrialização, a alteração nos hábitos de vida, os determinantes sociais de saúde, as barreiras de acesso, o diagnóstico, o tratamento e o controle da doença, podendo citar também a criação de políticas públicas que venham a nortear e efetivar as ações contra a patologia. O câncer em crianças e adolescentes é considerado a principal causa de morte por doença no Brasil. O intervalo de tempo entre a queixa do paciente até diagnóstico da doença reflete diretamente no seu prognóstico. Os tumores renais representam um dos tipos mais comuns de neoplasias sólidas em crianças, sendo o tumor de Wilms o mais prevalente, responsável por aproximadamente 90% dos casos de neoplasias renais pediátricas.Conhecer o Itinerário Terapêutico de famílias de crianças/adolescentes com câncer permite que a equipe reconheça suas estratégias de enfrentamento, bem como as barreiras e as fragilidades encontradas por elas na busca pela definição do diagnóstico e tratamento.Objetivo: Identificar dificuldades e facilitadores no itinerário terapêutico de pacientes pediátricos com tumores renais nos registros da avaliação inicial da equipe de saúde em um centro de referência oncológica de alta complexidade no município do Rio de Janeiro. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo descritivo-exploratório realizado em um hospital de referência para diagnóstico e tratamento de câncer infantojuvenil no Rio de Janeiro. Resultados: Ao somar os dados dos dois anos, obtivemos uma amostra total de 31 pacientes, composta por indivíduos das áreas de Pediatria Clínica (93,55%) e Pediatria Cirúrgica (6,45%). Posteriormente emergiram cinco principais temas para análise e discussão, sendo eles: “tendências por sexo e idade”; “sinais e sintomas inciais”; “tempo para investigação diagnóstica”; “tempo de encaminamento à unidade terciária” e “impacto da vulnerabilidade socioeconômica#. Conclusão: A redução do tempo entre a suspeita e o diagnóstico, bem como a remoção de barreiras socioeconômicas e culturais, tornam-se fundamentais para melhorar os desfechos clínicos em oncologia pediátrica.