Impactos da infecção por clostridioides difficile em pacientes de terapia intensiva: desafios e perspectivas contemporâneas

Abstract

A infecção por Clostridioides difficile (ICD) representa um dos principais desafios no ambiente hospitalar, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde pacientes estão expostos a fatores de risco que favorecem sua ocorrência e gravidade. A ICD é a principal causa de diarreia associada à assistência à saúde e está associada à alta morbimortalidade, prolongamento da hospitalização e aumento dos custos hospitalares. A presença de cepas hipervirulentas e a alta taxa de recorrência tornam o manejo da infecção ainda mais desafiador. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi revisar a literatura sobre os impactos da ICD em pacientes críticos, abordando aspectos epidemiológicos, clínicos, terapêuticos e estratégias de prevenção e controle. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, em que os resultados mostram que a incidência de ICD em UTIs é elevada, atingindo até 11,08 por 1.000 admissões hospitalares. Os principais fatores de risco incluem o uso prolongado de antibióticos de amplo espectro, idade avançada, comorbidades e hospitalização prolongada. O diagnóstico baseia-se em testes laboratoriais para detecção de toxinas ou material genético da bactéria. O tratamento convencional envolve antibióticos como vancomicina e fidaxomicina, sendo o metronidazol reservado para casos específicos. Conclui-se que a ICD representa um problema significativo em UTIs, exigindo estratégias eficazes para diagnóstico, tratamento e prevenção. O aprimoramento das diretrizes de controle de infecção, a expansão do uso do transplante de microbiota fecal e o desenvolvimento de vacinas contra C. difficile são perspectivas promissoras para reduzir a incidência e recorrência da infecção. Ensaios clínicos mais robustos ainda são necessários para validar as estratégias e otimizar o cuidado de pacientes críticos afetados pela ICD.