Óbito por COVID-19 após transplante haploidêntico de células progenitoras hemacitopoiéticas: a descrição de caso

Abstract

A COVID-19 revolucionou a maneira de transplantar mundialmente. Pacientes em processo de transplante de medula óssea após o condicionamento encontram-se aplasiados devido ao efeito mielossupressor da quimioterapia de altas doses; é nesse momento que o paciente torna-se mais suscetível à ocorrência de infecções virais respiratórias que podem culminar em morte. No Brasil, são raros ou inexistentes, estudos que descrevem casos da infecção por COVID-19 e seu curso clínico com o desfecho óbito no período de aplasia medular do transplante de células progenitoras hemacitopoéticas. Logo, nosso objetivo é relatar o curso clínico e o óbito como desfecho da infecção por COVID-19 em um receptor recente de transplante haploidêntico de células progenitoras hemacitopoéticas. Paciente do sexo masculino, 65 anos, diagnosticado com Linfoma Não Hodgkin de Células doManto recidivado e refratário ao transplante autólogo de medula óssea. Candidato a um segundo transplante como terapia de resgate, desenvolveu Síndrome Aguda Respiratória Severa após o período de condicionamento. Evoluiu com insuficiência respiratória hipoxêmica, necessidade de oxigenação suplementar, instabilidade hemodinâmica e óbito por choque séptico viral. A presente descrição de caso é importante, pois concerne a viabilidade de um caso de infecção por COVID-19 precocemente após o transplante, fato que pode se tornar comum após o advento da COVID-19 e que requer esforços para seu bloqueio.